terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Campanha de Prevenção à Aids

Aids em números

Até junho de 2010,  foram contabilizados 592.914 casos de Aids no Brasil, os quais foram registrados desde 1980. . A taxa de incidência oscila em torno de 20 casos de aids por 100 mil habitantes. Em 2009, foram notificados 38.538 casos da doença.
 A Aids no Brasil é muito mais incidente em brancos, chegando a mais de 50% dos casos tanto em  homens quanto em mulheres, sendo maior o número de homens. A situação, todavia, muda quando examinamos negros e pardos, em que encontra-se um número mais elevado de mulheres infectadas (37% )do que o registrado entre os homens (32%).
A prefeitura de São Paulo, por exemplo, divulgou que o contágio segue predominantemente pelo contato sexual. Entre os homens, esse número cresceu entre os heterossexuais de 9,05% para 42,69%, respectivamente de 1989 a 2006, enquanto os índices diminuiram entre os homosexuais de 48,5% para 27,99% no mesmo período. Entre as mulheres, o contato homossexual é muito pequeno e nem é registrado nessa fonte de pesquisa.

Seguem o link do Boletim epidemiológico de 2010 apresentando todos os números e estatísticas da doença no Brasil e de 2007 em São Paulo: 

 



Hepatites virais em números

Casos de Hepatite de 1975 -2009
  No Brasil, já foram notificados mais de 50.000 casos de hepatites virais. Tendo aumentado consideravelmente o número de infectados de 1975, em que apenas 5 foram notificados segundo a tabulação do SINAN-NET, enquanto em 2009 registraram-se 42622 casos.
Segue então o gráfico com a previsão do número casos  notificados a partir dos dados coletados e do método de inferência e regressão. Estão incluídos os resíduos que equivalem aos valores previstos com o modelo subtraídos pelos obtidos na pesquisa realmente. Como exemplo: no ano de 2009 foram notificados 42622 casos de hepatites virais, segundo o modelo, esse número seria diminuído e equivalendo a 5747,52 casos.


Sífilis em números

No período de 2004 – 2006, houve um decrescimento do número de mulheres notificadas infectadas com sífilis comparado ao número de homens. O que pode ser visto nas tabelas e gráficos abaixo: o número de mulheres partiu de 78% (2004) para 53%(2006), enquanto os homens tiveram sua taxa de incidência elevada – de 22% a 47%.










Tabelas e dados retirados de SINAN - NET.







Infecção por Clamídia

Conceito
Doença infecto-contagiosa dos órgãos genitais masculinos ou femininos. Caracteriza-se pela presença (pode não ocorrer) de secreção (corrimento) uretral escassa, translúcida e geralmente matinal. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente a secreção pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer durante anos contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la.

Sinônimos
Uretrite ou cervicite inespecífica, Uretrite ou cervicite não específica, Uretrite não gonocócica (UNG).

Agente
Chlamidia trachomatis.

Complicações/Consequências
Epididimite, proctite, salpingite e sua sequelas (infertilidade), conjuntivite de inclusão, otite média, tracoma, linfogranuloma venéreo, bartolinite, doença inflamatória pélvica (DIP), gravidez ectópica etc. Assim como a gonorréia, é uma das principais causas infecciosas de infertilidade feminina.

Transmissão
Relação sexual. Fômites.

Período de Incubação
1-2 semanas à 1 mes ou mais.

Diagnóstico
Pesquisa do agente em material uretral e/ou vaginal.

Tratamento
Antibiótico oral e local (na mulher)

Prevenção
Camisinha. Higiene pós-coito.

Cancro Mole

Conceito
Ulceração (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada), com fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitália externa mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e portanto, frequentemente múltiplas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer infartamento ganglionar na região inguino-crural (inchação na virilha). Não é rara a associação do cancro mole e o cancro duro (sífilis primária).

Sinônimos
Cancróide, cancro venéreo simples, "cavalo"

Agente
Haemophilus ducreyi

Complicações/Consequências
Não tem. Tratado adequadamente, tem cura completa.

Transmissão
Relação sexual

Período de Incubação
2 à 5 dias

Diagnóstico
Pesquisa do agente em material colhido das lesões.

Tratamento
Antibiótico.

Prevenção
Camisinha. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual. Escolha do(a) parceiro(a).

Condiloma Acuminado Infecção por HPV

Conceito
Infecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que determinam lesões papilares (elevações da pele) as quais, ao se fundirem, formam massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas).
Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher.
Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado com o coito anal.
Com alguma frequência a lesão é pequena, de difícil visualização à vista desarmada (sem lentes especiais), mas na grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente, sem nenhuma manifestação detectável pelo(a) paciente.

Sinônimos
Jacaré, jacaré de crista, crista de galo, verruga genital.

Agente
Papilomavirus Humano (HPV) - DNA vírus.  HPV é o nome de um grupo de virus que inclue mais de 100 tipos. As verrugas genitais ou condilomas acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo virus do grupo HPV e estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros. Os tipos (2, 4, 29 e 57) causam lesões nas mãos e pés (verrugas comuns). Outros tipos tem um potencial oncogênico (que pode desenvolver câncer) maior do que os outros (HPV tipo 16, 18, 45 e 56) e são os que tem maior importância clínica.
O espectro das infecções pelos HPV é muito mais amplo do que se conhecia até poucos anos atrás e inclui também infecções subclínicas (diagnosticadas por meio de peniscopia, colpocitologia, colposcopia e biópsia) e infecções latentes (só podem ser diagnosticada por meio de testes para detecção do virus).
Alguns trabalhos médicos referem-se a possibilidade de que 10-20% da população feminina sexualmente ativa, possa estar infectada pelos HPV.
A principal importância epidemiológica destas infecções deriva do fato que do início da década de 80 para cá, foram publicados muitos trabalhos relacionando-as ao câncer genital, principalmente feminino.

Complicações/Consequências
Câncer do colo do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus.

Transmissão
Contacto sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra penetração vaginal ou anal o virus pode ser transmitido.
O recém-nascido pode ser infectado pela mãe doente, durante o parto.
Pode ocorrer também, embora mais raramente, contaminação por outras vias (fômites) que não a sexual : em banheiros, saunas, instrumental ginecológico, uso comum de roupas íntimas, toalhas etc.

Período de Incubação
Semanas a anos. (Como não é conhecido o tempo que o virus pode permanecer no estado latente e quais os fatores que desencadeiam o aparecimento das lesões, não é possível estabelecer o intervalor mínimo entre a contaminação e o desenvolvimento das lesões, que pode ser de algumas semanas até anos ou décadas).

Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico (anamnese e exame físico). Eventualmente recorre-se a uma biópsia da lesão suspeita.

Tratamento
O tratamento visa a remoção das lesões (verrugas, condilomas e lesões do colo uterino).
Os tratamentos disponíveis são locais (cirúrgicos, quimioterápicos, cauterizações etc). As recidivas (retorno da doença) podem ocorrer e são freqüentes, mesmo com o tratamento adequado.
Eventualmente, as lesões desaparecem espontaneamente.
Não existe ainda um medicamento que erradique o virus, mas a cura da infecção pode ocorrer por ação dos mecanismos de defesa do organismo.
Já existem vacinas para proteção contra alguns tipos específicos do HPV, estando as mesmas indicadas para pessoas não contaminadas.

Prevenção
Camisinha usada adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma proteção. Ter parceiro fixo ou reduzir numero de parceiros. Exame ginecológico anual para rastreio de doenças pré-invasivas do colo do útero. Avaliação do(a) parceiro(a). Abstinência sexual durante o tratamento.
Em 2006 foi aprovada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a utilização da Vacina Quadrivalente produzida pelo Laboratório Merck Sharp & Dohme contra os tipos 6,11,16 e 18 do HPV, para meninas e mulheres de 9 a 26 anos que não tenham a infecção. Esta vacina confere proteção contra os vírus citados acima, os quais são responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero (tipos 16 e 18) e 90% dos casos de verrugas (condilomas) genitais (tipos 6 e 11).